segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

São Vicente de Paulo



SÃO VICENTE DE PAULO



Sacerdote e Fundador das Voluntárias da Caridade, da Congregação da Missão e Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.Nascido no dia 24 de abril de 1581, na aldeia de Pouy, perto da cidade de Dax, sul da França. Vicente de Paulo era o terceiro filho do casal João de Paulo e Bertranda de Moras, agricultores muito religiosos. Da mãe recebeu, juntamente com seus irmãos, sólida formação religiosa. Desde pequeno, demonstrava muita inteligência e grande religiosidade. Costumava orar diariamente aos pés de uma pequena imagem da Santíssima Virgem, colocada por ele na fenda do tronco de um carvalho defronte à sua casa. Aos domingos ia à aldeia, com seus pais, para assistir à missa e freqüentar o catecismo. O Sr. Vigário aconselhou a seu pai a colocar o garoto Vicente em uma escola; via nele um grande futuro, devido sua inteligência. O pai, que era ambicioso, colocou-o num colégio religioso, desejando que ele fosse padre para ser o arrimo da família. Foi matriculado no colégio de padres Franciscanos, na cidade Dax, onde ele fez os estudos básicos. Para seguir a carreira sacerdotal fez os estudos teológicos na Universidade de Tolusa. Foi ordenado sacerdote em 23 de setembro de 1600. Continuou os estudos por mais 4 anos, recebendo o título de Doutor em Teologia. Uma viúva que gostava de ouvir as suas pregações, ciente de que ele era pobre, deixou para ele sua herança, pequena propriedade e determinada importância em dinheiro, que estava com um comerciante em Marselha. Encontrando-o, Padre Vicente recebe grande parte do dinheiro e regressou de navio por ser mais rápido e mais econômico. Durante a viagem, seu navio foi aprisionado por piratas turcos e levado para Tunis, onde Vicente foi vendido como escravo a um pescador e posteriormente a um químico. Com a morte deste, Vicente passou para um sobrinho do falecido que vendeu-o a um fazendeiro (renegado) que antes era católico, e com medo da escravidão, adotara a religião muçulmana. Ele tinha três esposas; uma era turca, que ouvindo os cânticos do escravo Vicente, sensibilizou-se e quis saber o significado do que ele cantava. Ela, ciente da história, censurou o marido por ter abandonado uma religião tão bonita. O patrão de Vicente, arrependido, propôs ao escravo fugirem para a França. Esta fuga só foi realizada 10 meses depois. Em um pequeno barco, atravessaram o Mar Mediterrâneo e foram dar na costa francesa, em Aignes Nortes e de lá foram para Avinhão. Nesta cidade encontraram o Vice-Legado do Papa. Vicente voltou à condição de padre e o renegado abjurou publicamente e retornou à Igreja Católica. Vicente de Paulo e o renegado, ficaram residindo em casa do Vice-Legado. Tendo este de viajar a Roma, levou os dois em sua companhia. Aproveitando a estadia nesta cidade freqüentou a Universidade, formando-se em Direito Canônico. O renegado pediu para ser admitido em um Mosteiro e tornou-se monge. Vicente foi escolhido como portador de um documento sigiloso que o Papa deveria mandar para o Rei da França. Pelos serviços prestados, o Rei indicou-o como Capelão da Rainha. Seu serviço era distribuir esmolas para os pobres que rodeavam o Palácio, e visitar os doentes do Hospital da Caridade, isso em nome da Rainha. Por não gostar do ambiente do Palácio, passou a morar numa pensão, no mesmo quarto com um juiz. Um dia Vicente estava acamado. O juiz saíra cedo e esquecera de trancar a gaveta onde guardava seu dinheiro. Um assistente da farmácia veio trazer remédios a Vicente. À procura de um copo, viu o dinheiro e se apossou do mesmo. Ao retornar o juiz sentiu-se roubado, acusou Vicente e expulsou-o do quarto. Seis meses mais tarde o ladrão foi preso e confessou sua culpa inocentando Vicente. Ele conhece então o padre Berulle, que mais tarde foi nomeado Bispo de Paris, e indicou-o para vigário de Clichy, subúrbio de Paris. Paróquia pobre, a maioria de seus habitantes eram horticultores, com os quais se deu bem; as missas eram bem participadas e instituiu a comunhão geral nos primeiros domingos o mês. Criou a Confraria do Rosário, para todos os dias visitar os doentes. Atendendo a um pedido do padre Berulle, deixa a paróquia e vai ser o preceptor dos filhos do general das Galeras. Passa a residir no Palácio dos Gondi, família rica e da alta nobreza, que tinham grandes propriedades e, em companhia da senhora De Gondi, visita uma destas propriedades; chamado para atender um agonizante e assiste-o sua confissão. Este disse para a senhora De Gondi, que se não fosse a presença do sacerdote, ele iria morrer em grandes faltas e ia permanecer no fogo eterno. Percebendo que o povo do campo estava abandonado, na missa dominical concitou o povo a fazer a confissão geral. Teve que arranjar outros padres para ajudá-lo nas confissões, tantos eram os que queriam confessar.Permaneceu morando com a família Gondi 5 anos. Após isso, simulou a necessidade de ir a Paris e fugiu. Padre Berulle então indicou-o para a paróquia de Chatillon. De lá ele escreveu ao General, explicando a razão de sua saída. A família ficou desconsolada com sua ausência. Organizou tudo na paróquia como havia feito na anterior. Nesta, permaneceu cinco meses e fundou em 1617, a primeira Associação de Senhoras da Igreja Católica, hoje denominada de Associação Internacional da Caridade, a A.I.C. com o objetivo de assistir espiritual e corporalmente os pobres. Atendendo o chamado do padre Berulle, Vicente volta para morar em casa dos Gondi, onde fica por mais 8 anos. Em 23/10/1620, funda uma Confraria de Caridade para homens, em Folevile. Em 1625, com o auxílio da senhora De Gondi, Vicente de Paulo funda a Congregação da Missão que cuida da evangelização dos camponeses. A instituição demorou de 1625 até 12 de janeiro de 1633, quando recebeu a Bula do papa Urbano VIII, reconhecendo a Instituição. A Congregação da Missão surgiu espontaneamente. Conseguiu alguns colegas para pregações aos camponeses e exigia deles a simplicidade nas pregações, para o povo entender. O número aumentava. Um cônego que dirigia um leprosário sem doentes ofereceu em doação os prédios do leprosário para residência dos padres. As crianças enjeitadas e abandonadas, os velhos, os pobres e doentes eram sempre uma preocupação para ele. Durante sua vida criou grandes obras, que até hoje estão prestando serviços à humanidade. Com a orientação de Luisa de Marillac, ele estabeleceu a Companhia das Filhas da Caridade. Elas eram quatro camponesas, hoje são mais de 25.000 Irmãs. Isto se deu em 29 de novembro de 1633. A primeira Irmã de Caridade foi uma camponesa de nome Margarida Naseau. Padre Vicente criou tantas obras, que em pouco tempo não é possível enumerá-las; a história de sua vida é uma beleza e a seu respeito existem inúmeras biografias. Tinha quase 80 anos quando faleceu, dia 27 de setembro de 1660. Em 16 de junho de 1737 foi canonizado pelo papa Clemente XII, e em 12 de maio de 1885 é declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII. Seu corpo repousa na Capela da casa-mãe dos Padres da Missão (Lazaristas) - São Lázaro, em Paris.

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